FAISAIENT UN TAPIS DE DÉGÔUT GLACÉ
"Os melancólicos eram tudo menos loucosEram conquistados deglutidos rejeitadosPela massa opacaDos monstros práticosOs melancólicos tinham a sua idade da razãoA idade da vidaNão estavam lá nos começos No instante da criação Coisa em que não acreditavam E não souberam à primeira tentativaConjugar a vida e o tempoO tempo parecia-lhes longoA vida parecia-lhes curtaE dos cobertores manchados pelo invernoSobre coração sem corpo sobre corações anónimosFaziam um tapete de nojo geladoMesmo em pleno verão."Paul Éluard, Últimos Poemas de Amor, trad. Maria Gabriela Llansol, Lisboa: Relógio D'Água, 2002, p. 125.
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