"Às vezes é tudo claro como o voo das aves
sabem do vento que não as desarruma.
O sítio certo das coisas devia ser o das aves
não lavram nem semeiam
conhecem as sementes.
Às vezes sabemos onde nos fomos deixando
voltamos esquecemo-nos do vento
espalhou-nos por toda a parte
fragmentos de pouco jeito.
Poucas vezes as coisas são claras
talvez tenham alguma luz
os bocadinhos do tempo bom
abrigados na arca do peito."
Zeferino Silva, Bosque de Romãzeiras, Hexágono, 2019, p. 45.