"Permaneci muito tempo fiel à religião da minha infância. Imaginava que o pai me podia ouvir e eu dizia-lhe que a culpa não fora minha mas do doutor. A mentira já não tinha importância, pois ele compreendia tudo e eu também. Estes colóquios com meu pai prosseguiram por muito tempo, suaves e secretos como os dum amor lícito. Em público, eu continuava a troçar de todas as práticas religiosas, ao passo que, diariamente, com fervor, dirigia ao Céu orações por alma do defunto. A verdadeira religião é propriamente aquela que não temos necessidade de professar com evidência para se obter o consolo que às vezes - mas poucas - nos é indispensável."