LIMBO
NIRVANAPara além do Universo luminosoCheio de formas, de rumor, de lida, De forças, de desejos e de vida,Abre-se como um vácuo tenebroso.A onda desse mar tumultuosoVem ali expirar, esmaecida...Numa imobilidade indefinidaTermina ali o ser, inerte, ocioso...E quando o pensamento, assim absorto,Emerge a custo desse mundo mortoE torna as coisas naturais, À bela luz da vida, ampla, infinita,Só vê com tédio, em tudo quanto fita,A ilusão e o vazio universais. Antero de Quental, Sonetos (1874-1880)
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