"Por isso, agora podemos confessar o que era, o que é, o antigo terror que as fábulas continuam a provocar. Não é nada de diferente do terror primordial: o terror do mundo, o terror perante os seus mudos, enganosos, ardilosos enigmas. O terror perante este lugar da constante metamorfose, da epifania, que inclui acima de tudo a nossa mente, onde assistimos ao incessante turbilhão dos simulacros."
Roberto Calasso, Os quarenta e nove degraus, trad. Maria Jorge Vilar de Figueiredo, Lisboa: Cotovia, 1998, p. 112.