Tuesday, June 5, 2007
CELEBRANDO A MAGNÓLIA-MONTAGEM EM TETRAEDRO DE LUZ, REMATANDO COM VERSOS DE ALBANO MARTINS
I.
Mulheres pela noite dentro levando nas patas
grandiosos lenços brancos.
Correndo com lenços muito vivos nas patas
pela noite dentro.
Lenços vivos com suas patas abertas
como magnólias
correndo, lembradas, patas pela noite
viva. Levando, lembrando correndo.
II.
Prefiro rosas, meu amor, à pátria,
e antes magnólias amo
que a glória e a virtude.
Logo que a vida não me canse, deixo
que a vida por mim passe
logo que eu fique o mesmo.
III.
7
Magoa ver a magnólia cair. Acredita
O relâmpago vem
Sobre ela. A tempestade.
As plantas são tão frágeis como as cabanas dos homens.
Somos muito frágeis os dois neste poema
Com o relâmpago, a cabana, com a magnólia aos ombros,
Sem nenhum terreno pulmonar intacto
IV.
A magnólia,
o som que se desenvolve nela
quando pronunciada,
é um exaltado aroma perdido na tempestade,
um mínimo ente magnífico
desfolhando relâmpagos
sobre mim
OUTRA VEZ A SURDA
RESPIRAÇÃO DOS LÁBIOS,
OS PULMÕES
DA TERRA QUENTE. AQUI,
A MAGNÓLIA DOS SÍMBOLOS,
A FLORIDA,
INCANDESCENTE METÁFORA.
(I-Herberto Helder, II-Ricardo Reis, III- Daniel Faria, IV- Luiza Neto Jorge; remate de Albano Martins)
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