Sunday, July 11, 2021

A BELEZA CERRADA




"O poeta não se submete, é uma raiz
A pressentir o coágulo a penetrar 
no cérebro, sempre que a treva alastra. 

O poeta olha fixamente para trás 
e para a frente, sobre as imagens
evolui para que a sua sede
se estenda como uma particularidade

grave, um ferro a atravessá-lo, 
a beleza cerrada, um último 
predomínio do que, humanamente, 

é conciliável com o irreconciliável. 
Porque o poeta ama e odeia, em simultâneo, 
no poema."


Amadeu Baptista, Atlas das Circunstâncias, Póvoa de Santa Iria: Lua de Marfim, 2012, p. 28. 

 

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