Thursday, March 15, 2007

A DOR DE SER DISTANTE (para T.)

"C'est presque l'invisible qui luit
au-dessus de la pente ailée;
il reste un peu d'une claire nuit
à ce jour en argent mêlée.

Vois, la lumière ne pèsent point
sur ces obéissants contours,
et, là-bas, ces hameaux, d'être loin,
quelqu'un les consoles toujours."



("É quase um invisível que brilha,
rasando a colina alada;
sobra ainda um pouco de noite,
numa liga de claridade prateada com o dia.

Vê, a luz nem sequer pesa
sobre os obedientes contornos de além
e, lá longe, há sempre alguém que consola
os lugarejos da dor de ser distante.")


Rainer Maria Rilke, Frutos e Apontamentos, trad. Maria Gabriela Llansol. Lisboa: Relógio D'Água, 1996, p. 172-173)

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