Friday, October 17, 2008

PFAUENINSEL 1



"Como há-de hoje alegrar-me à luz do dia
se não entras comigo na floresta
faísca o sol nos ramos negros Resta
que renová-lo o teu olhar podia

enquanto o ensino que o teu dedo assesta
à tábua de eu pensar se guardaria
em fiéis signos - tímido olharia
eu mas a morte vela à beira desta

estrada em teu lugar No bosque estou
mais só que arbustos onde a noite passa
Há um vento na encosta nua Dou

por claro meio-dia que me abraça
e o curvo céu mais fundo e azul prescruto
como um olho enigmático de luto."


in Os Sonetos de Walter Benjamin, trad. Vasco Graça Moura, Porto: Campo das Letras, 1999: p. 27.

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