CINZA FUNÉREA DE POESIA
"Na treva a alma se ocultaenquanto dura a trégua. Ao longe, na luz, inculta,a borboleta vem. Cego-a.Por dentro as sinto,Alma e borboleta,o corpo de sangue tinto,as mãos de tinta preta.Escondida uma, venérea,tonta a outra agoniza;ó vida, cinza funéreade poesia, de mim campa lisa."Vasco Graça Moura, "O Voo de Igitur num Copo de Dados", in Obra Poética (1972-1985). Lisboa: Quetzal Editores, 1991, p. 269.
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