Friday, March 27, 2009

ESCREVER COMO QUEM MORRE



"escrevo como choro:
para não morrer.
Algures, no momento mais pobre do dia, escrevo para os deuses obscuros do futuro. Porque abre toda a interrogação para um espaço repleto de certezas? Sou o centro de uma geometria circunstancial. Dobro-me sobre a terra para esquecer. Anjos iguais a todos os anjos repetem-me a resposta que rejeito.

quando os pássaros voam, tempos malignos obscurecem uma flor. Se todas as flores escurecessem?"


Rui Nunes, O Mensageiro Diferido. Lisboa: Relógio D'Água, 2004, p. 94.

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