"Todo este movimento: a comunicação com o sangue, o tempo da morte,
estudar as coisas nos olhos mais velhos,
esconder a família
apavorada por o filho não dar respostas, outros filhos
obscuros com anéis, paus,
bicos, aproximam-se os dias em que as pontas quebradas deixam de ser
chaves e as chaves fechaduras.
Ou devoro isto,
ou me separo sem me reter.
Não desisto enquanto a escrita não se desenvolver por manifestações
sacramentais, a maturidade do susto apertado ser comunhão na encenação
do corpo,
o equilíbrio. O poema
conhece palavras
escuras, o desenvolvimento da violência teórica e
prática à volta delas. Por isso, há nele
luz por todos os lados,
abertura amparada pela boca nas mãos, as mãos habituadas ao som dos
olhos."
António Madureira Rodrigues, A Potência do Meio dos Nós, Vila Nova de Famalicão: Quasi Edições, 2009, p. 29.
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Obrigado
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