"Seguem-te os alicornes mansamente,
Pastando neve na montanha azul...
Que a tua mão, Senhora, os apascente
Sem nada que os altere ou que os macule!
O céu, coalhado, tem um ar ausente
que nem parece o dum país do sul.E os alicornes pastam mansamente
- E a neve brilha na montanha azul!
Ondeiam nos pauis fantasmas brancos.
Tal como um sonho que se apaga e esfuma,
Anda a bailar o inverno nos barrancos.
E tu sorris, atrás dos alicornes...
Ó pastorinha de vitral e bruma,
Que sobre mim tua graça entornes!"
António Sardinha, "Chuva da Tarde", in Líricas Portuguesas, 2.ª série, seleção de Cabral do Nascimento, Lisboa: Portugália Editora, 1945, p. 165-166.
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