"Não o reclamar-se de sinais e de imagens garantidos, mas sim o facto de não podermos reconhecer-nos em qualquer sinal ou imagem: é isso a paz. Ou, se quisermos, aquela alegria que é mais antiga que a paz e que uma admirável parábola franciscana define como uma permanência - nocturna, paciente, desenraizada - no não-reconhecimento. Ela é o céu totalmente vazio da humanidade, a exposição da inaparência como única pátria dos homens."
Giorgio Agamben, Ideia da Prosa, trad. João Barrento, Lisboa: Edições Cotovia, 1999, p. 75.