NO VOO
"Observei-te sabendo já que eras um homem - a cabeça
De pelicano dobrado
O bico que te rasgava para fora
Adoeci como lâmpada que se funde
A coroa de espinhos sobre mim - a lembrança
Dobrei-me nas tuas asas
Nas chagas ainda quentes
No voo como gota de sangue no peito
Que vive. No coração
Que partes e distribuis com as mãos"
Daniel Faria, Poesia, 2ª ed., Lisboa: Assírio & Alvim, 2015, p. 249.
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