"Deuses, quem mos dera
acessíveis fraternos
divinos o bastante
e corpóreos físicos cheirosos
à carne e o mais.
Não há. Só por miragem
por ilusão vontade
ou desespero ou sonho
nocturno e solitário
alguém agora os vê.
Antes não ser capaz
destas visões. Ou
ter perdido o dom
de imaginá-los -
que supor
haver quem se degrade a ser divino
apenas por instantes."
Jorge de Sena, "Peregrinatio ad loca infecta", in Poesia - III, Lisboa: Edições 70, 1989, pp. 91-92.
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