LUGARES DO ESQUECIMENTO 1
"Para a brancura das aves é já tarde, só a morte não morre deste lado do muro,só a mortenão põe fogo às suas naves.Por um rasgão do céu uma luz baçaescapa-se ferida,mal ilumina a mão vacilante,pelo chão entorna o mel. É na orla da noiteque as veredas desatam os nós,e uma voz de criançasuplica um fio para atar o silêncio.Ou a palavra - lugar de esquecimento."
Eugénio de Andrade, "Branco no Branco", in Poesia, 2ª ed. revista. Porto: Fundação Eugénio de Andrade, 2005, p. 373.
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