"Olha uma última vez
dentro de um corpo fechado
que se abrirá e progride
e cresce durante os anos
que cresce o que é humano.
E já tu te desprendeste
desse objecto olhado
e já conheceste outra gente
com outro nome de invento
ainda o que fixaste te prende
no posto antigo
prendendo a força do olhar
o sentido que lhe deste
na única vez que viste
e o sentido que lhe é próprio
o poder de encantação
que se escapou dos olhos
se muito alerta viste."
Luiza Neto Jorge, "O seu a seu tempo", in Poesia, Lisboa: Assírio & Alvim, 1993, p. 138.
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