"A brisa voga no prado
Perfume nem voz não tem;
Quem canta é o ramo agitado,
O aroma é da flor que vem.
A mim, tornem-me essas flores
Que uma a uma eu vi murchar,
Restituam-me os verdores
Aos ramos que eu vi secar...
E em torrentes de harmonia
Minha alma se exalará,
Esta alma que muda e fria
Nem sabe se existe já."
Almeida Garrett, Folhas Caídas, Lisboa: Editorial Ulisseia, 1998 (reimpr.), p. 153.
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