"Notai, senhor, que a beleza não é tanto uma qualidade do objecto que consideramos, é mais um efeito em quem olha um objecto. Fosse a nossa vista mais extensa ou mais curta, fosse outra a nossa compleição e as coisas que hoje achamos belas, pareciam feias e vice-versa. A mais bela das mãos, vista através de um microscópio parecer-nos-á horrenda. Certos objectos vistos de longe são admiráveis; vistos de perto tornam-se horríveis. É por isso que as coisas, consideradas em si ou na sua relação com Deus, não são bonitas nem feias."
Espinosa, Sobre Espectros e Espíritos, trad. Telma Costa, Lisboa: Teorema, 2005, p. 29.