"Por mim, creio que há espectros, e isto pelas seguintes razões:
1ª Porque é bom para a beleza e a perfeição do universo que os haja;
2ª Porque é plausível que o Criador os tenha criado, sendo-lhe estes espíritos muito mais semelhantes do que as criaturas corporais.
3ª Porque, assim como há corpos sem alma, também há almas sem corpos.
4ª Finalmente, porque nos mais altos cumes da atmosfera, nas regiões ou nos espaços superiores, calculo que não haja corpos escuros que não tenham os seus habitantes; e, por conseguinte, o espaço incomensurável que se estende entre nós e os astros não está vazio, mas sim preenchido pelos espíritos que nele habitam. Talvez os mais altos e mais afastados sejam espíritos puros, ao passo que os de baixo, os da atmosfera inferior, podem ser de uma substância muito subtil e muito fina e, além do mais, invisíveis. Parece-me, pois, que há espíritos de todos os géneros, mas talvez não haja nenhum do género feminino."
Hugo Boxel, in Espinosa, Sobre Espectros e Espíritos, trad. Telma Costa, Lisboa: Teorema, 2005, pp. 16-17.
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