Jaime Rocha, Anotação do mal, Lisboa: Sextante Editora, 2007, p. 28."É o tempo do cimento, da volúpia das batalhas. Depois da morte do escultor, a rua transformou-se num núcleo fechado. Os candeeiros perderam o seu lado imponente, o cheiro do pão foi sugado por um tubo e uma doença maligna apoderou-se dos cães. Mas eu não partilho desse pensamento, descobri que por debaixo da pele existe o enigma dos nomes. O velho poderia ser o próprio escultor e o homem de capacete que tapava, há dias, os buracos da rua com uma pá, seria a representação dessa morte. A mulher fica de fora desse conflito, a olhar para a paisagem dentro de um carro, do lado de lá do vidro da frente, como um ser a acordar de um desastre."
Wednesday, October 19, 2011
O TEMPO DO CIMENTO
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