"A pequena lagarta
vê passar o outono
sem pressa de se tornar borboleta
A lua deita-se -
tudo o que resta é esta mesa
e os seus quatro cantos
Cai uma castanha...
Calam-se de súbito os insectos
entre as ervas
Crepúsculo:
as ervas parecem seguir
os rebanhos que recolhem
Vento de outono -
até as pedras do Monte Assama
voam
Apesar do outono
os ouriços das castanhas permanecem verdes
muito tempo ainda"
Matsuo Bashô, O Gosto Solitário do Orvalho seguido de O Caminho Estreito, versões e introd. Jorge Sousa Braga, Lisboa: Assírio & Alvim, 2003, p.p. 41; 43.
No comments:
Post a Comment