TERRA
"Quanta beleza morta e sepultada!
Quantos sonhos dispersos em poeira,
Antes de cair em pó quem os sonhou...
Dir-se-á que a noite triste
É como cinza de sorrisos murchos,
Como um vapor de lágrimas extintas!
E a luz do luar, descendo sobre mim,
Traz consigo nas asas espectrais
Toda essa morte e solidão da lua...
Não há palmo de terra que não seja
Terra de sepultura... Eu vivo ainda;
Não é certo que vivo? E todavia
Já vejo o meu fantasma..."
Teixeira de Pascoaes, Regresso ao Paraíso, 2ª ed., Porto: Renascença Portuguesa, 1923, p. 101.
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