ACENO
"Já não era exactamente um anjo aquilo
que se via acenando na falésia e também
não se parecia com um monstro de um só olho.
Os pássaros haviam regressado antes da maré
e depararam com um velho sacerdote,
uma figura do tamanho de um dólmen
com uma asa entre as omoplatas e duas
hienas sobre os pés. Para o homem, aquilo
era o outro lado do anjo preto, porque à sua
volta ouvia-se o mesmo choro, seguido do
mesmo grito, a mesma assombração"
Jaime Rocha, Os Que Vão Morrer, Lisboa: Relógio D'Água, 2000, p. 20.
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