R: Numa ave, de preferência um abutre. Um abutre não tem de se preocupar com a sua aparência, nem com a sua capacidade de seduzir ou agradar; não precisa de se dar ares. Ninguém vai gostar dele, seja lá como for; é feio, indesejado, ninguém o acolhe de braços abertos em lugar nenhum. O género da liberdade que isto permite tem imensas vantagens. Por outro lado, também não me importava de ser uma tartaruga-marinha. Elas vagueiam por toda a terra e conhecem os segredos das profundezas do oceano. Além disso, vivem imenso tempo, e aqueles olhos pachorrentos acumulam imensa sabedoria."
Truman Capote, Música para Camalões, trad. Paulo Faria, Porto: Livros do Brasil, 2015, p. 266.
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