"SONHANDO DANÇAS, VÍGIL, MARCAS PASSO.
Vivendo dormes, vives se adormeces
Na caixinha de música em que esqueces
Como um velho sobre o éter do bagaço,
Oh, em ti rodopias, pobre piasca,
Que sonhas teu compasso visionário,
A falsa valsa, o baile imaginário
Nos clássicos salões da tosca tasca.
E abraços tantos são em que te abraças
Que em sonho lasso o abraço lhe prolongas;
Em aguardente imerso o capitão
Assim aceita os braços de outras braças.
A vida... Porque nela te delongas?
A vida cabe toda num caixão."
Daniel Jonas, Nó - sonetos, Lisboa: Assírio & Alvim, 2014, p. 13.
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