"Qual é a glória da vida, agora
que não há glória nenhuma
senão a empobrecida realidade?
Acaso conhecer que o desengano
não te arrancou esse desejo fundo
de viver mais?
A glória da vida foi acreditar
que existia o eterno;
ou talvez fosse a glória da vida
aquele poder simples
de criar, com o claro pensamento,
a fiel eternidade.
A glória da vida, e seu fracasso."
Francisco Brines, Ensaio de Uma Despedida - Antologia, trad. José Bento, Lisboa: Assírio & Alvim, 1987, p. 111.
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