"Disseram-te de mim feios horrores,
De imaginárias culpas me crivaram,
E sobre as minhas lastimáveis dores
Um negro véu lançaram!
Distenderam os lábios, sacudindo
Com grave e sério gesto a fronte, e ao cabo...
(E acreditaste-os tu, meu anjo lindo!)
Chamaram-me o Diabo!
O que há de mais escuro e de mais feio
Na minha vida, ignoram-no os sandeus,
Tão oculto este amor vive em meu seio,
Ó luz dos olhos meus!"
Gonçalves Crespo, Nocturnos, Porto: Porto Editora, 1977, p. 31.
No comments:
Post a Comment