"livre, passeio pela evidência das coisas, junto ao rio, como um poeta infeliz. Afinal sou um poeta infeliz que passeia junto ao rio, à sua imensa cumplicidade. Porque há uma grande verdade nos poetas infelizes. As palavras é que não conseguem atingir tal verdade. Os poetas infelizes são os poetas medíocres, por isso passeiam pelas margens dos lugares-comuns: as noites de luar e as praias vazias. É esse o precipício. Após as revoluções pseudo-vitoriosas, escolhemos um lugar furtivo na manhã e nele, incógnitos, nos suicidamos"
Rui Nunes, Os Deuses da Antevéspera, 2ª ed., Lisboa: Vega, 1990, p. 11.
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