" - Separação, separação, - gritou ele feroz e desesperadamente, beijando a mão de Olímpia, inclinando-se para a sua boca, tocando os lábios gelados com os seus ardentes! - Assim, tal como quando ele tocou a fria mão de Olímpia, se sentira possuído pelo horror interior, a lenda da noiva morta veio-lhe repentinamente à cabeça, mas Olímpia tinha-o puxado fortemente contra si, e aquele beijo parecia que os lábios a tinham animado para a vida. - O professor Spalanzani caminhava calmamente pelo salão vazio, os seus passos pareciam ocos e a sua figura, abraçada pelas sombras projectadas pelas luzes, oferecia uma visão fantasmagórica. - Amas-me - Amas-me, Olímpia? Somente essa palavra! - Amas-me? - Murmurava Nathanael, mas Olímpia suspirava, levantando-se: - Ah - Ah! Sim, tu minha bela estrela da manhã, referia Nathanael, surgiste e irás alumiar, irás explicar sempre o meu estado interior! - Ai, ai! replicava Olímpia continuamente."
E.T.A. Hoffmann, Contos Nocturnos; Contos Fantásticos, trad. Linguagest, Barcelona: Mediasat Group, 2004, pp. 30-31.
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