"Sinto em mim o ruir dos desmoronamentos.
Sou um caos, aonde os vários elementos
Se chocam com fragor, em grande confusão,
Como na antemanhã o sol e a escuridão!
Metade do meu ser é noite; outra metade
É enérgico fulgor, vibrante claridade!
Sou um triste castelo ao pé dum mar brumoso...
Como uma onda, o velho tempo proceloso
Meus alicerces mina, e, pedra a pedra, eu caio,
A luz esverdeada e trágica do raio!"
Teixeira de Pascoaes, Para a Luz, Lisboa: Assírio & Alvim, 1998, p. 96.
No comments:
Post a Comment