Wednesday, November 12, 2014

A LUZ APENAS (ao divino Marquês)



"Aquele outeiro sombrio
Está de névoas coberto;
Escorre entre canas, perto, 
Fraco, e murmurando, um rio. 
Naquele negro pinhal
Como tocha funeral, 
Brilha modesta candeia, 
Que ao pastor pobre alumeia
Com a luz embaciada;
Vem por corvos arrastada
         A Tarde;
A luz apenas das estrelas arde!...
        Que pavor
Espalha em todo o campo a minha dor!..."


Marquesa de Alorna (D. Leonor de Almeida Portugal Lorena e Lencastre), "Oferenda aos Mortos", in Poetas Pré-Românticos, 2ª ed. Coimbra: Atlântida, 1970, p. 73. 

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