"(Cézanne) Sabe? Gosto muito que Flaubert nas suas cartas se impeça rigorosamente de falar de uma arte com uma técnica que ele ignora. É muito dele... Não que eu deseje os pintores ignorantes. Pelo contrário. Nas grandes épocas sabiam tudo. Nos velhos tempos, os artistas eram os mestres do ensinamento da multidão. Olhe, está a ver além a Notre-Dame. A Criação e a história do mundo, os dogmas, as virtudes, a vida dos santos, as artes e os ofícios, tudo quanto nessa altura se sabia era ensinado pelo seu pórtico e pelos seus vitrais. Como em todas as catedrais da França, aliás. A Idade Média, como a mãe de Villon, aprendia a sua fé pelos olhos..."
O que ele me disse... por Joachim Gasquet, trad. Aníbal Fernandes, Lisboa: Sistema Solar, 2012, p. 93.
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