"Quando, firmes, de pé, e frente a frente,
As nossas duas almas se encontrarem,
E, em silêncio, as asas alongarem,
Co'os extremos rompendo em chama ardente,
O mundo deixarão dificilmente,
Por mais que as fira. Temo que as separem
Os anjos que, cantando, as rodearam,
Quebrando o seu silêncio fundo e quente.
Ficarão mais unidas, não saindo
Do mundo. Este, volúvel, pressentindo
Almas esquivas, há-de abandoná-las;
Elas sempre um recanto hão-de encontrar,
Onde se possam, por um tempo, amar,
Com as trevas e a morte a rodeá-las."
Elizabeth Barrett Browning, Sonetos Portugueses, trad. Manuel Corrêa de Barros, Lisboa: Relógio d' Água, 1991, p. 55.
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