"Então Foibos Apolo disse-lhe altivamente:
«Agora putrefactos aqui sobre a terra que alimenta os homens...»
E as trevas velaram os olhos da besta, e o ardor sagrado do sol fê-la apodrecer precisamente nesse lugar que desde então se chamou Píton, que quer dizer putrefacção.
Decerto, as velhas divindades veneradas não se deixam alojar assim sem resistência do seu terreno e dos seus fiéis; vencidas, não desaparecem totalmente; subsiste delas um cadáver que se enterra nas consciências, que apodrece provocando pesadelos, uma terrível perturbação mental."
Michel Butor, O Espírito do Lugar, trad. Rui Guedes da Silva, Lisboa: Arcádia, 1963, p. 69.
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