"Oh tu: sombra perdida numa reminiscência
de céus selados na minha memória: ti, que
um passado desejo despertas na maturação
dos bosques - de onde se elevam os fluidos
húmidos do crepúsculo - e que ao ameno
Sul emprestas o amargo traço de um rosto noc-
turno: dar-me-ás esse véu de palavras
mortas sob as argilas negras do inverno?
Esse cansado impulso de ser num vestígio
de voz - sudário sopro de que vago murmúrio?"
Nuno Júdice, Obra Poética (1972-1985), Lisboa: Quetzal, 1991, p. 275.
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