"Novembro atinge aquela transparência
que se enreda nas árvores, de sorte
que apareça nos troncos a tristeza
feliz de quem os olhe.
E os ramos por onde trepa
ainda a lenta circulação da noite
retém retículas, e a análise discreta
do deslumbrado ver com que se doure.
Assim, Novembro reina.
Mas, se por acaso, chove
somos Novembro reclinado à beira
da transparência que confina a morte."
Fernando Echevarría, Geórgicas, Porto: Afrontamento, 1998, p. 124.
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