"Tudo é um branco demasiado vago
na tarde imensa...
A árvore do tédio exala um calor ébrio
que abre o pano do medo
e aprofunda as feridas do tempo.
A rotina com a sua cor sem memória
elogia os vultos que afagaram o Outono.
Estende a cidade na poeira das sombras.
Eu vagamente bêbado de incertezas
deponho o meu fantástico desprezo
na tristeza redonda do momento.
E deixo-me morrer
na curva austera dum silêncio nevrótico."
José Bação Leal, Poesias e Cartas, Porto: Tipografia Vale Formoso, 1971, p. 28.
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