"Quem cantará vosso regresso morto
Que lágrimas, que grito hão-de dizer
A desilusão e o peso em vosso corpo.
Portugal tão cansado de morrer
Ininterruptamente e devagar
Enquanto o vento vivo vem do mar
Quem são os vencedores desta agonia?
Quem os senhores sombrios desta noite?
Por que agoniza morre e se desvia
A antiga linha clara e criadora
Do nosso rosto voltado para o dia?"
Sophia de Mello Breyner Andresen, "Mar Morto", in Obra Poética I, Lisboa: Editorial Caminho, 1992, p. 313.
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