Gilles Deleuze, Francis Bacon - Lógica da Sensação, trad. José Miranda Justo, Lisboa: Orfeu Negro, p. 61."Por vezes sucede que um animal, por exemplo um cão real, é tratado como se fosse a sombra do dono; ou inversamente a sombra do homem ganha uma existência animal autónoma e indeterminada. A sombra escapa do corpo como se fosse um animal que se albergasse em nós. Em vez de correspondências formais, o que a pintura de Bacon constitui é antes uma zona de indiscernibilidade, de indecidibilidade, entre o homem e o animal. O homem devém animal, mas tal não acontece sem que ao mesmo tempo o animal devenha espírito, espírito do homem, espírito físico do homem apresentado no espelho como Euménide ou Destino. Nunca é combinação de forma, mas sim o facto comum: o facto comum do homem e do animal. A tal ponto que a Figura mais isolada em Bacon é já uma Figura acoplada, o homem em acoplamento com o seu animal, uma tauromaquia latente."
Monday, September 5, 2011
O FACTO COMUM
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