"Só pode dizer-se contemporâneo quem não se deixa cegar pelas luzes do século e consegue apreender nelas a parte da sombra, a sua obscuridade ínfima. Mas com isto não respondemos ainda à nossa pergunta. Porque deveria interessar-nos conseguirmos perceber as trevas que provêm da época? Não será porventura o escuro uma experiência anónima e por definição impenetrável, qualquer coisa que não se dirige a nós e não pode, portanto, dizer-nos respeito? Pelo contrário, o contemporâneo é aquele que percebe o escuro do seu tempo como qualquer coisa que, mais do que toda a luz, se endereça directa e singularmente a ele. É contemporâneo quem recebe em pleno rosto o feixe de treva que provém do seu tempo."
Tuesday, April 23, 2013
CONTEMPORÂNEO
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
No comments:
Post a Comment