"A civilização nasceu, como um sino, no interior do invólucro de matéria mais grosseira, mais vulgar: falsidade, prepotência, expansão ilimitada de todos os eus individuais, de todos os povos, foram esse invólucro. É tempo, agora, de o retirar? O metal fundido está solidificado, as tendências boas, proveitosas, os hábitos da alma nobre tornaram-se tão seguros e gerais que já não seja preciso mais apoio na metafísica e nos erros das religiões, nem rudezas e violências como o mais poderoso aglutinante entre homem e homem, povo e povo? Para responder a esta pergunta, já nenhum aceno de um deus nos pode ser útil: aí, é a nossa própria inteligência que tem de decidir."
Friedrich Nietzsche, Humano, Demasiado Humano, trad. Paulo Osório de Castro, Lisboa: Relógio D'Água Editores, 1997, fr. 245, pp. 225- 226.
No comments:
Post a Comment