"Eu voltei aos meus passeios nocturnos à beira do rio. A corrente tinha trazido para a margem uma série de conchas, corais, espinhas e escamas de peixe. Surpreendeu-me encontrar tantos despojos pertencentes à fauna marítima. A margem estava constelada de signos místicos. Eu estava convencido de que os homens de olhos azuis teriam podido entender esta linguagem simbólica. Havia ali segredos, sem dúvida: as asas de insectos, por vezes tão belas, dos morcegos e das baratas apresentavam manchas que podiam constituir um alfabeto perdido. Mas faltava-me a chave."
Alfred Kubin, O Império do Sonho, trad. Manuela Torres, Lisboa: Vega, 1986, p. 207.
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