"Aquele aumento de luz não trazia mais claridade nem mais alegria. Nada mais triste que a luta desigual da chama de uma alâmpada, de uma vela com os raios do sol; a chama parece que tem o que quer que seja de lúgubre, de funéreo, que esmorece, gela o sangue, em vez de o aquecer. É talvez o coração do homem que se confrange ao contemplar um simulacro da vida humana, que se consome quase ignorada à face da vida da natureza, grandiosa, eterna."
António Coelho Lousada, A Rua Escura, Porto: Livraria Civilização, s.d., pp. 175-176.
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