"Ah, todo o corpo é uma lágrima, é enfermo,
E tudo neste Santo Cristo é um rosário, é lástima,
Que nas mãos impregnou a amargura, é morrer.
Se te ris, pálidas urinas sacodem-nos, se nos ouvirem,
Se deixarmos o pranto furar as paredes,
Batem à porta para nos cobrir de punição, dançámos.
A lástima de cinza é mortalha como se fosses um corpo despojado.
Já esquartejado.
José Emílio-Nelson, Bacchanalia, s.l.: Edições Sem Nome, 2014, p. 54.
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