Saturday, July 19, 2014

INFAME


"A lâmina dum olho no coração enfermo, é o amor.
Ó cão que me devora, ó cão,
O crime que louvo pela perfeição e que destrói,
Solta-me o cristalino e toca nos versos.
Visão que foge e Ira que regressa (a que me entrego impiedoso).
A cratera dos olhos perfurados não vê a mão
Que entra nos intestinos, florações de impudor,
E é a que escreve.
E é a que glorifica Deus-Sade
Em que me rastejo falho de razão."

José Emílio-Nelson, Bacchanalia, s.l.: Edições Sem Nome, 2014, p. 53.

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