INÚTIL
"Quem me quiser amar,
que me leve
fechado no meu mistério...
Me leve
como um presente imerecido,
vindo não sabe de aonde
- sempre com medo que lhe fuja
da caixinha cor da bruma
em que se esconde.
Quem me quiser amar,
me leve, sem se importar
de perguntar o que eu valho.
- Já me basta essa alegria
de saber que me possui,
de saber que eu valho mais
que quanto puder pensar."
Sebastião da Gama, Serra-Mãe, 3ª ed., Lisboa: Edições Ática, 1968, p. 138.
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