"Posso dizer, em defesa desta cidade, que foi, até agora, tocada por menos aspectos negativos da civilização contemporânea do que maioria das cidades das suas dimensões. Mais importante ainda, agrada-me a ideia de que, à noite, a toda a minha volta enquanto durmo, a feitiçaria escava os seus túneis invisíveis em todas as direcções, enviadas por milhares de remetentes para milhares de destinatários incautos. Lançam-se feitiços, o veneno segue o seu curso; as almas são desapossadas de pseudo-consciências parasitas que espreitam nos confins desprotegidos da mente."
Paul Bowles, Memórias de Um Nómada, trad. José Gabriel Flores, Lisboa: Assírio & Alvim, 2007, p. 415.
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