"Não me é possível descrever, com exactidão, as agonias daquela noite. E ainda assim a divina misericórdia permitiu que dormíssemos a espaços. Mas o brusco acordar, a cada instante, era pungente. Por mim, o que mais me torturava era o silêncio. Um silêncio tenebroso, tangível, absoluto - o silêncio de uma sepultura cavada nas profundidades rócheas do globo e onde todas as artilharias troando, e as trovoadas do céu estalando, não poderiam fazer a menor vibração de som, fosse ele ao menos tão leve como um leve zumbir de mosca..."
Rider Haggard, As Minas de Salomão, trad. Eça de Queirós, Lisboa: Círculo de Leitores, 1978, p. 183.
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